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XVI Congresso Nacional da FABRA Celebra 50 Anos com o Tema “Santo Agostinho, Doutor da Graça, Peregrino da Esperança”

XVI CONGRESSO NACIONAL DA FABRA – 2025

 

Nos dias 21 a 25 de julho de 2025 ocorreu em Itaici – São Paulo, cidade de Indaiatuba, o XVI Congresso Nacional Agostiniano, FABRA (Federação Agostiniana Brasileira), apresentando o tema: Santo Agostinho, Doutor da Graça, Peregrino da Esperança. Após o jantar, o encontro iniciou-se com a missa de abertura presidida pelo Arcebispo de Campinas Dom João Inácio Mille. Na ocasião foram relembrados os motivos que marcam o XVI Congresso: o ano jubilar, a eleição de um Papa Agostiniano, os 50 anos de Congressos realizados pela FABRA, os 40 anos de martírio da Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho e os 100 anos da Prelazia de Lábrea, no Amazonas.

No segundo dia, 22 de julho, após o momento da oração da manhã, a palestra do professor, Padre Francisco Evaristo Marcos, Doutor em Patrística sobre Santo Agostinho, com a tese “Deus em Santo Agostinho”; é também pároco da Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, na arquidiocese de Fortaleza – Estado do Ceará. Ele trabalhou o tema: “Santo Agostinho: Doutor da Graça, Peregrino da Esperança”. Em sua exposição, abordou a questão antropológica em Santo Agostinho sobre a tensão entre a razão inferior e a razão superior;  expôs que a esperança não é uma ilusão, mas uma certeza e uma inquietude, onde somos peregrinos da eternidade. Para Santo Agostinho, a fé ilumina, a esperança orienta e a caridade sustenta. Elas formam uma unidade vital. A esperança não se baseia no tempo, mas em Deus. A esperança cristã tem um rosto e um nome: Cristo. A  esperança é o princípio da comunhão e da vida futura. Para Santo Agostinho, a graça é posta no desejo que exige a dilatação do coração. A esperança é como uma ação de graças. A meta se atinge com a força de Deus. A nossa esperança é escatológica. É ela que reconduz o nosso coração. No período da tarde fizemos a foto oficial, em seguida a roda de conversa em grupos pré-definidos por cores, quando foram retomadas as reflexões expostas na palestra do Padre Evaristo. Na celebração Eucarística celebramos a  Festa de Santa Maria Madalena. Após a janta, ocorreu um momento de convivência e animação com cantoria regional promovida pelos participantes.

No terceiro dia, 23 de julho, tivemos a palestra da professora Silva Maria de Contaldo, Doutora em filosofia medieval e escritora sobre Santo Agostinho; é professora na PUCMG, em Belo Horizonte, e autora dos livros: Cor Inquietum, Mama Mia e Mama Nostra. Ela abordou o tema: ”Cor inquietum”, “ Meu coração, onde eu sou o que sou” (Conf. X, iii,4). Ela disse que o termo “coração” aparece 184 vezes, só no livro, As Confissões. Para Santo Agostinho, o coração é um campo de Batalha, ele é ao mesmo tempo, um lar, uma casa, um quarto, um campo e um abismo. Ela lançou a pergunta no início de sua palestra: “conhecemos o coração do outro?” “Regressai ao vosso coração” (Comentário ao Evangelho de São João, 18,10). O coração é o dinamismo interior que nos leva para o alto ou para baixo. Falou do coração e da vontade, “nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti” (Confissões I,I, 1). Santo Agostinho é cardiófaro, transporta o coração na mão com uma luz (chama); “meu coração, onde eu sou o que eu sou” (Confissões 10,34). O coração é identidade: “lá onde está o teu tesouro, estará o seu coração” (Mateus 6,21). A professora Silvia durante a sua exposição fez um intertexto da poesia, literatura, música, pintura e filosofia com as ideias de Santo Agostinho. À tarde retomamos a roda de conversa sobre o tema do Cor Inquietum. No período da noite, fizemos um momento de espiritualidade refazendo a memória de todos os congressos ao longo dos 50 anos, através de momentos de meditação, oração, procissão com velas e adoração do Santíssimo Sacramento, à frente da Capela do Mosteiro de Itaici.

No dia 24 de julho, após a oração da manhã, tivemos a palestra do Frei Mário Sérgio. Doutorando em Santo Agostinho, com o tema sobre: “O desejo de Deus: tensão entre a peregrinatio e a Esperança”. Ele abordou os vários textos de Santo Agostinho em seus comentários sobre os Salmos, falou dos riscos da peregrinação e da tensão. Chegou a afirmar que a tensão é a orientação da alma para a alma. Santo Agostinho aborda que nesta tensão “o espírito chama para o alto e a carne para baixo” (Comentário do Salmo 83,9). A tensão não é uma realidade negativa, antes é sentido, orientação. O Cor Inquietum é um dom de Deus. A existência humana é sempre um entre, o já e o ainda não. Tensão entre a vida, segundo a carne e a vida, segundo o espírito. A segurança não está nas coisas, mas em Deus. “O Espírito Santo geme em nós” (cf. Rm 8,26). Todo homem é peregrino: “Ai do homem que ama o caminho mais do que o destino” (Santo Agostinho). A esperança cristã é movimento de impulso para o futuro que Deus prepara. Por isso, peregrinar exige vigilância. O caminho é triste, mas a esperança nos alegra. A graça nos revela o verdadeiro caminho. O Cor Inquietum é a assinatura de Deus em nossa criação. Ele concluiu a sua palestra com a questão: “onde está o nosso coração?” No período da tarde tivemos a roda de conversa sobre a peregrinação, tema da palestra de Frei Mário Sério.  À noite participamos da festa retrô, recordando os 50 anos da FABRA. Foram organizados um túnel do tempo, com três bolos temáticos, luzes, confetes, vinhos, refrigerantes e salgados. Todos se divertiram ao som de músicas ao vivo, com um seresteiro que recordou as diversas músicas que marcaram as décadas deste jubileu de ouro. Na sequência, tivemos um pouco de som mecânico com a famosa foto no túnel luminoso do tempo.

No dia 25 de julho, sexta-feira, Iniciamos amanhã com o testemunho de Dom Santiago, bispo agostiniano, sobre os 100 anos de Missão da Prelazia de Lábrea,  no Amazonas. Ele falou dos desafios dos agostinianos que deram suas vidas naquelas terras e dos que tiveram que sair por motivos de enfermidades. Destacou que é uma Prelazia com enormes dificuldades e com um contexto de abandono das autoridades. É uma Terra de missão com enorme campo de evangelização. Dom Santiago informou sobre os  trabalhos pastorais, das desobrigas e destacou a falta de agentes, a falta de  padres, de recursos financeiros e  de recursos humanos. Como era o dia do seu aniversário, dia de São Tiago, Padroeiro da Espanha, Dom Santiago explicou o seu lema episcopal: “Faça-se em mim, que não resista a tua vontade” (Santo Agostinho). Em seu testemunho, discorreu sobre o martírio da irmã Cleusa que completa 40 anos de seu martírio. Após a missa presidida por Dom Santiago e concelebrada pelos Padres e freis agostinianos, Frei Maurício, Presidente da FABRAS, fez a divulgação da data do  XVII Congresso da FABRA, que ocorrerá no Mosteiro de Itaici – São Paulo, de 24 a 28 de julho de 2028.

Josivaldo, professor e agente de Pastoral

Colégio Santo Agostinho

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