Veículo: IG
A sensação de ver o filho pela primeira vez, em um monitor de ultrassom, é indescritível. Quem já passou pela experiência da gestação sabe do que estou falando. Quem ainda não passou, mas sonha em ter um filho, certamente já pensou sobre isso.
Agora imagine como é para mães e pais cegos! Um sentimento tão simples e genuíno (previsto inclusive por um conjunto de leis brasileiras que garantem acesso ao pré-natal, parto e pós-parto na rede pública de saúde) é negado às pessoas com deficiência visual.
Parte do problema está no custo, mas parte ainda está na falta de informação. Há alguns anos é possível fazer Ultrassom 3D em fetos. Com o passar do tempo a tecnologia foi se popularizando e pode ser encontrada em clínicas por todo o país. Porém, só o exame não basta, é preciso imprimir. Numa busca rápida na internet é possível encontrar empresas estrangeiras que fazem a impressão do modelo e enviam pelo correio. Mas não precisamos ir tão longe. Já existem no Brasil diversas empresas que fazem esse trabalho, a partir do arquivo digital do Ultrassom 3D. A tecnologia permite que mães e pais cegos possam “tocar” o feto e, com isso, “ver” como é o filho que está sendo gerado. Mas existe um problema: o ultrassom convencional (aquele que é coberto pelo SUS e planos de saúde) não serve para a impressão 3D.
Até pouco tempo atrás o exame custava cerca de R$ 500. Hoje, já é possível conseguir ultrassom 3D entre R$ 200 e R$ 300. É importante destacar que várias clínicas disponibilizam o ultrassom 3D, sem custo, para pais e mães com deficiência visual. Vale a pena pesquisar! O custo para uma impressão 3D de fetos pode chegar a R$ 2.500, dependendo da semana de gestação e, claro, do tamanho do feto.
Até a 16ª semana de gestação é possível imprimir o corpo fetal inteiro com mais facilidade, por causa do tamanho. Após esse período, algumas pessoas optam apenas pela impressão facial do bebê. Porém, segundo especialistas, o ideal é o que o ultrassom 3D seja realizado entre a 24ª e 28ª semanas de gestação, quando ainda há espaço suficiente para a criança se mover dentro do útero, mas também já tem os traços mais bem definidos – o que melhora a experiência.
Pais e mães com deficiência visual, que não têm condições de utilizar essa tecnologia, ainda precisam se contentar com a descrição feita pelos médicos: quanto mais detalhista e atencioso for o médico, melhor a experiência. A cada ano que passa a tecnologia se torna mais acessível, já que muitos pais e mães, sem deficiência, optam pela impressão 3D como forma de ampliar sua experiência com a gestação, mesmo podendo ver a imagem na tela do computador. Já o ultrassom 3D vem ganhando espaço por suas funcionalidades. Além de ajudar na identificação de problemas relacionados à má formação fetal, o exame também auxilia nos casos em que o bebê precisa de cirurgia, ainda dentro da barriga, possibilitando um melhor planejamento.