Nos dias 15 e 16 de agosto, a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM) sediou o Congresso de Comunicação que foi organizado pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a FAPCOM e a Arquidiocese de São Paulo.
O evento teve como foco os desafios contemporâneos apresentados pela Inteligência Artificial (IA), a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a necessidade de discernimento no ambiente digital.
Durante o congresso, renomados especialistas em tecnologia, direito e comunicação ofereceram insights valiosos sobre como a IA está transformando a sociedade. As discussões exploraram desde o impacto desta tecnologia nas estratégias de comunicação até as complexas implicações éticas e legais de sua aplicação, com ênfase na proteção de dados pessoais sob a égide da LGPD.
Destaques do Congresso:
- Igreja e Discernimento no Ambiente Digital
Dom Valdir Castro abriu o evento enfatizando o papel crucial da Igreja em preservar sua identidade e transmitir valores cristãos no cenário digital. Segundo ele, a missão da Igreja é clara: comunicar a mensagem salvífica usando as novas linguagens, sempre com Jesus como referência central. - Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)
O Dr. João Fabio aprofundou-se na LGPD, destacando sua importância na regulação do tratamento de dados pessoais no Brasil. Ele sublinhou que a lei é essencial para proteger os direitos fundamentais de liberdade e privacidade, garantindo o desenvolvimento seguro e livre da personalidade individual. - Teologia da Comunicação
Natasa Govekar trouxe à tona a profunda conexão entre teologia e comunicação, ressaltando a comunhão como um processo contínuo e vital. Ela defendeu uma comunicação que não apenas informe, mas que também promova a comunhão, refletindo os valores centrais do cristianismo. - Comunicação Institucional e Gerenciamento de Crise
Lúcia Martins abordou a gestão de crises como momentos críticos que rompem com a normalidade, ameaçando a integridade das instituições. Ela destacou a importância de um mapeamento estratégico e de um planejamento robusto para enfrentar essas situações com eficácia. - Mídia, Religião e Sociedade
Luis Mauro provocou uma reflexão sobre os desafios da Igreja ao comunicar sua mensagem na era digital. Ele questionou se a adaptação é necessária — se devemos atualizar a imagem ou alterar a mensagem — e como a Igreja pode efetivamente “falar as línguas digitais” para alcançar e engajar os fiéis. - Comunicação Digital: Gestão de Imagens
Germana Costa alertou sobre os perigos da superexposição na era digital, onde as emoções estão à flor da pele e a desconfiança cresce. Ela ressaltou a necessidade de conscientizar as equipes de que todos são porta-vozes da instituição, enfatizando uma gestão cuidadosa e estratégica da imagem. - Comunicação, Identidade e o Advento de Novos Comportamentos
Marcus Tulio explorou a contínua construção da identidade, afirmando que “é preciso mudar sempre para sermos sempre os mesmos”. Ele destacou que a identidade é moldada por múltiplos fatores e que, nas redes, o testemunho cristão deve ser marcado por proximidade, compaixão e ternura. - Inteligência Artificial: Vantagens e Riscos
Maria Cristina Machado ofereceu uma visão detalhada sobre a Inteligência Artificial, discutindo tanto suas vantagens quanto os riscos envolvidos. Ela apontou como a IA está revolucionando a ciência da computação e as profundas implicações dessa transformação para a sociedade. - Influenciadores Digitais
Fernanda de Faria analisou a ascensão dos influenciadores digitais, focando em suas práticas de influência, desafios de visibilidade e a crescente profissionalização no setor. Ela discutiu as dinâmicas de intimidade e monetização que marcam o trabalho desses profissionais. - Comunicação Digital e o Anúncio da Verdade em Tempos de FakeNews
Arnaldo Rodrigues abordou o papel da Igreja na comunicação da verdade em uma era dominada pelas fakenews. Ele destacou a importância da evangelização digital, enfatizando o desafio de manter a integridade e a assertividade na comunicação, além da necessidade de um planejamento estratégico robusto.
O Congresso foi um marco, criando um espaço para reflexão crítica e troca de conhecimentos, reafirmando o compromisso da Igreja em criar espaços capazes de despertar o pensamento crítico, desenvolver reflexões e enfrentar os complexos desafios do mundo digital de hoje.